Não foram poucas vezes que reportagens sobre o atendimento no HUOP (Hospital Universitário do Oeste do Paraná) mostraram dezenas de pacientes recebendo atendimento nos corredores.

Desde o início deste mês, no entanto, o cenário mudou: segundo o hospital, a implantação do NIR (Núcleo Interno de Regulação) conseguiu melhorar o fluxo de pacientes a tal ponto que hoje não há mais atendimento nos corredores.

De acordo com o médico responsável pelo Núcleo, Gabriel Kreling, a mudança começou com o Projeto Lean nas Emergências proposto pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Sírio Libanês. Na última etapa implantada, o HU foi um dos 20 hospitais que buscou melhorar o fluxo de pacientes.

Foram implantadas ações para regular melhor os leitos internamente, melhorar o diálogo com os órgãos externos e também monitorar os números ligados ao atendimento para diagnosticar problemas. Sem perder a qualidade o tempo de internação diminuiu.

Com a melhoria de fluxo nas altas, os pacientes que estavam no corredor foram para as enfermarias, onde eles deveriam estar.

“Tínhamos em média 20 pacientes no corredor, as vezes mais. Estes pacientes estavam aguardando leito de enfermaria e alguns ficavam no pronto socorro por mais tempo que deveriam ficar. A ideia é que eles vão ser prioridade. Por incrível que pareça estamos atendendo mais pacientes do que antes e sem precisar que eles fiquem no corredor”, explica o médico.

Uma escala internacional que avalia a superlotação dos hospitais já teve números com resultados positivos após a implantação das mudanças.

O HU é o único hospital público para uma ampla região, referência para várias especialidades e destino de pacientes de urgência e emergência.

Projeto Lean nas Emergências

O Sistema Lean que pode ser traduzido como produção enxuta é uma metodologia japonesa que após a Segunda Guerra mundial chegou ao ocidente e foi utilizada em praticamente todos os setores produtivos. A partir da década de 90 houve uma adaptação para utilização na área da Saúde com impactos muito positivos.

Um dos indicadores utilizados para medir os resultados do projeto é o indicador de superlotação, chamado de NEDOCS (sigla em inglês para Escala de Superlotação do Departamento Nacional de Emergência) e mensura quesitos como tempo de passagem de pacientes pelas urgências, permanência no hospital, tempo de alta, entre outros.

Por: Mariana Lioto

Fonte: https://cgn.inf.br/noticia/351451/mudancas-na-regulacao-interna-transformam-corredores-do-hu