Lean nas Emergências

Comunicação

Governo inova em estratégias para reduzir superlotação em prontos-socorros

Programa Lean nas Emergências visa otimizar os atendimentos, para diminuir o tempo de internação e as filas de emergência e urgência

Uso de técnica aplicada na indústria para reduzir o tempo de internação de pacientes, mudança no fluxo de atendimento e cirurgias eletivas no período noturno. Essas são algumas estratégias lançadas pelo Governo do Amazonas para melhorar a oferta de leitos e evitar a superlotação nos hospitais e prontos-socorros (HPSs) João Lúcio Machado, Platão Araújo e 28 de Agosto.

As medidas fazem parte da Reorganização da Rede Estadual de Saúde, promovida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), dentro do Programa Saúde Amazonas e conta com a excelência do Hospital Sírio Libanês, por meio do programa Lean nas Emergências.

Usando ferramentas de gestão eficientes, o objetivo do Lean é otimizar os atendimentos nos prontos-socorros, para reduzir o tempo de internação e a superlotação. Entre as estratégias lançadas pelo Lean está a mudança no fluxo de atendimento.

O objetivo é fazer com que, dependendo da classificação de risco definida no protocolo de Manchester, os pacientes sigam caminhos diferentes dentro da unidade e tenham sua situação resolvida dentro do tempo preconizado.

Estratégias de atendimento – Para pacientes com classificação azul e verde, que não são atendimento de urgência e emergência, foi criado o Consultório de Atendimento Rápido (Fast Track). Nessa modalidade, o paciente é atendido pelo médico no consultório, é medicado e, tendo a situação resolvida, liberado sem ter que acessar corredores e as áreas de internação.

Pacientes com classificação de risco amarelo e laranja são encaminhados por um fluxista à Unidade de Decisão Clínica (UDC), onde devem permanecer em leito de observação por um tempo médio de três horas e não pode ser superior a oito horas. É o tempo para a realização de exames e avaliação médica sobre a necessidade ou não de internação.

Já a Unidade de Curta Permanência (UCP) é para o paciente que precisar ficar mais tempo para uma melhor investigação do caso. Nesse espaço, o tempo de internação não deve ser superior a três dias, devendo o paciente seguir para alta ou internação nos andares superiores. Os novos protocolos resultam em corredores cada vez mais vazios.

Resultados na pandemia – As medidas já produzem resultados consideráveis na agilização do atendimento nos HPSs João Lucio Machado, Platão Araújo e 28 de Agosto. Nessas unidades, mesmo diante da pandemia de Covid-19, é cada vez menor a presença de macas em corredores, e o tempo de espera para uma cirurgia ortopédica, conforme relata a diretora do HPS Platão Araújo, Aída Cristina Tapajós, ao mostrar os corredores da unidade vazios.

“A intenção é que o atendimento seja dado em tempo hábil e que o paciente não fique aqui por tanto tempo aguardando uma cirurgia, um exame, um procedimento para ter o seu caso solucionado. O resultado hoje é zero maca no corredor e um giro maior de leitos, podendo atender mais pessoas num menor espaço de tempo”.

Aída destaca, também, as ações do programa Saúde Amazonas, como a aquisição de aparelhos de raio-X portáteis de última geração, de ultrassonografia e eletrocardiograma. A unidade também aguarda a instalação em breve de um tomógrafo novo.

Cirurgias noturnas para girar leitos – Para reduzir o tempo de permanência dos pacientes na internação e vagar leitos, o Governo do Amazonas iniciou um plano de cirurgias ortopédicas no período noturno. A iniciativa faz parte do Plano de Contingência para o período sazonal das doenças respiratórias, incluindo Covid-19, e se somam às ações do Lean nas Emergências.

Procedimentos eletivos que demoravam de três semanas a um mês para serem realizados hoje estão sendo feitos em três dias, se a situação clínica do paciente permitir.

“Eu não esperava que fosse tão rápido. Quando me internaram, falaram que ia demorar de dez a 14 dias. No terceiro dia, já estava sendo operado”, conta o estudante Lucas de Freitas Souza, de 17 anos, que no domingo (08/11) foi internado no HPS Platão Araújo e na quarta-feira (11/11) operado da mão, após um acidente doméstico.

O ortopedista da unidade Platão Araújo, Wellmon Lima de Souza lembra que a unidade reduziu em mais da metade o número de pacientes internados aguardando cirurgia.  “Nosso hospital, há um mês, chegou a ter 85 pacientes internados aguardando cirurgia ortopédica. Em três semanas, caímos para 32”, conta.

Em 20 dias do Plano Giro de Leitos, foram realizados 205 procedimentos cirúrgicos no período noturno nos três HPSs.

Sala de Alta – Os prontos-socorros agora também possuem a Sala de Alta. O espaço é reservado aos pacientes que, mesmo de alta médica, precisavam ficar no leito, aguardando a família providenciar a ida para casa.

Essa espera acabava bloqueando os leitos por até um dia por pacientes que não precisavam mais de atendimento, contribuindo para a superlotação das salas de emergência.

Exemplo que vem da indústria – Para gerenciar se o atendimento do paciente está no tempo ideal, a equipe de enfermagem dos prontos-socorros está aplicando o Kanban, técnica muito usada na indústria para aumentar a produtividade e otimizar a gestão de trabalho. Na forma de um quadro visível a todos do setor, o sistema visa o acompanhamento do processo de trabalho e o andamento dos fluxos de produção por todos os envolvidos.

Adaptado para as emergências hospitalares, a ferramenta serve para monitorar o tempo do paciente na unidade de internação ou mesmo no corredor. O quadro dos pacientes é sinalizado pelas cores verde (até 24 horas), amarelo (de 24 a 48 horas) e vermelho (acima de 48 horas).

No HPS João Lúcio, o Kanban monitora o tempo de permanência dos pacientes no corredor e no Politrauma. O ideal é que ninguém permaneça mais de 24 horas nesses espaços. Nesse caso, a equipe identifica o que está mantendo o paciente nessa condição, se é falta de leito, pendência de algum exame ou outro motivo. A sinalização é para que a equipe se mobilize para a retirada desse paciente o mais breve possível para o leito, para transferência ou para alta, se for o caso.

Saúde Amazonas – O Saúde Amazonas tem o objetivo de reestruturar e otimizar a rede de assistência no Amazonas. Com o programa, serão implantados mais de 180 projetos de modernização da SES-AM. Entre outras metas da iniciativa estão a ampliação de leitos, fortalecimento da transparência e controle e valorização dos servidores, melhorando a prestação dos serviços à população.

Lean nas Emergências – A estratégia faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Sírio Libanês e os Estados.

 

Fonte: http://www.saude.am.gov.br/visualizar-noticia.php?id=5317

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