Lean nas Emergências

Sobre

Metodologia Lean

Após a 2º Guerra Mundial, a montadora de veículos Toyota, com origem no Japão, se viu abalada pela enorme falta de recursos que consequentemente ocasionava uma baixa produtividade.

Assim, precisou desenvolver um modelo de trabalho que fosse adaptado às suas necessidades e que ao mesmo permitisse o seu crescimento. Foi então que o seu fundador, Toyoda Sakichi, seu filho Toyoda Kiichiro e o engenheiro Taiichi Ohno, se reuniram para criar o Toyota Production System (TPS), que hoje conhecemos como Lean Manufacturing ou Manufatura Enxuta.

Neste sistema, a produção é feita em pequenos lotes, possibilitando maior variedade de produtos. Os trabalhadores podem ser multifuncionais, desenvolvendo mais do que uma tarefa específica e operando mais de uma máquina. E ao contrário do modelo de produção em massa, a preocupação com a qualidade do produto é extrema. Portanto, o Lean Manufacturing supõe que reduzindo os desperdícios, a qualidade melhora e o tempo e custo da produção diminuem.

Mas você deve estar se perguntando, como isso pode ser aplicado na área da saúde e principalmente nos Hospitais?

A partir do sistema criado pela Toyota, originou-se o Lean Thinking ou Pensamento Enxuto, se tornando uma filosofia que já é amplamente utilizada nos mais diversos setores e empresas, como por exemplo, área administrativa, tecnologia da informação, agronegócios e na saúde.

O que é a Metodologia Lean e como ela funciona?
A Metodologia Lean utiliza alguns princípios e técnicas operacionais buscando sempre reduzir o desperdício de recursos, a melhoria da qualidade e a maximização do valor entregue ao cliente.

As ações se baseiam principalmente na redução de 7 desperdícios: Falta de Qualidade, Espera, Estoques, Movimentação, Transporte, Processos Desnecessários e Superprodução.

A Metodologia Lean nos ajuda a identificar estes desperdícios de uma forma mais clara e também nos oferece algumas ferramentas para reduzi-los.

O Pensamento Enxuto é o responsável por guiar a metodologia e ele se baseia em 5 princípios:

Valor: Este é o principal princípio e talvez o que pareça mais simples, mas exige bastante atenção. Para começar a desenvolver algo precisamos primeiro conhecer, entender e deixar bem definido o que o cliente vê como valor em seu produto ou serviço. Se você entrega algo que não é aquilo que o seu cliente está disposto a pagar, temos um desperdício, pois basicamente aquilo que agrega valor ao cliente é aquilo que ele se dispõe a pagar. Isso exige estudos frequentes para entender o que agrega valor ao seu cliente e para que você transforme o seu produto ou serviço para melhor adequá-lo.

Fluxo de Valor: Este princípio está bem ligado ao anterior. Agora que você sabe o que é valor para seu cliente, você precisa olhar para seus fluxos e suas respectivas etapas para identificar o que agrega ou não agrega valor ao cliente, pois aquelas que não agregam são consideradas desperdícios e, portanto, devem ser eliminadas.

Fluxo contínuo: Depois que foi identificado o valor e os fluxos foram revistos, é necessário que esse fluxo se torne contínuo, ou seja, sem interrupções, trazendo o conceito de rapidez, menor tempo de processamento e fluidez.

Produção Puxada: Nessa etapa entende-se que deve ser produzido apenas o que o cliente demanda e no momento certo, para reduzir o desperdício de superprodução, ou seja, entregar ao cliente apenas aquilo que é necessário, no tempo certo e com qualidade, sem necessidade de sobras.

Perfeição:Essa é uma etapa que deve ser eterna para que a perfeição sempre seja buscada através da melhoria continua dos processos, serviços, produtos, pessoas, etc. sempre visando a agregação de valor ao cliente.

No sistema de saúde a sua aplicação foi recentemente nomeada como Lean Healthcare, sendo apontada como uma solução inteligente para várias situações crônicas do ambiente hospitalar como: longos períodos de espera, baixo giro de leitos, erros nos processos, baixa qualidade no atendimento e demais problemas envolvendo as equipes e processos dos Hospitais.

Viu só como é possível aplicar o Lean em Hospitais?

E não para por aí!

O Lean também transforma o gerenciamento dos Hospitais, afinal, ele tem o poder de criar novos hábitos, que viram padrões e são capazes de extrair o melhor do potencial humano.

Isso porque os profissionais envolvidos nos projetos são capacitados, valorizados e consequentemente, se interessam em buscar novas técnicas e formas de gerar melhorias. Eles passam a compartilhar suas experiências, ganham novas habilidades e criam uma “corrente” da cultura da melhoria contínua no ambiente hospitalar.