Lean nas Emergências

Comunicação

Hospital de MG reduz em 61% lotação na emergência

Hospital das Clínicas da UFMG aumenta em 11% o volume diário de atendimento dos usuários do SUS no pronto-socorro

Pronto-socorro lotado, dificuldade de internação, recusa de recebimento de ambulâncias, ausência de atendimento especializado, são alguns aspectos que estão sendo melhorados na emergência do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Com a média de 11.200 mil pacientes atendidos por ano, a unidade participou do 2º ciclo do Projeto Lean nas Emergências e conseguiu em seis meses – de novembro de 2018 a maio deste ano – reduzir em 61% a superlotação no pronto-socorro, melhorando a gestão, racionalizando recursos, otimizando espaços e materiais. O Lean é realizado em parceria com o Hospital Sírio-Libanês. Até 2020, a meta é intervir na gestão de 100 hospitais públicos.

Nessa metodologia de enxugar processos, o HC-UFMG conseguiu aumentar o giro dos leitos, reduzindo em 19% o tempo médio de internação na emergência, que conta com 504 leitos. Além disso, novos processos de gestão ajudaram a reduzir em 13% o tempo médio da passagem do paciente pelo pronto-socorro. A metodologia permitiu dar mais atenção às pessoas que necessitam de maiores cuidados de urgência, como traumas, infartos, AVC entre outros.

“É gratificante ver a evolução de um projeto em 57 hospitais, com resultados relevantes em tão pouco tempo. Em 3 meses o Lean já consegue ter resultados visíveis nas emergências do País. No HC-UFMG, o Lean possibilitou uma mudança de cultura, integrando os setores e profissionais em um único propósito; o de melhorar o atendimento ao paciente e os fluxos de trabalho”, avalia Francisco Figueiredo, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde.

A aplicação da metodologia parece ser simples, mas necessita do envolvimento de todos os profissionais que atuam dentro do hospital, além de ser contínua. Uma das ferramentas da metodologia Lean é criar a cultura da disciplina, identificar problemas e gerar oportunidades para melhorias.

Os desafios são contínuos dentro do hospital. No entanto foram minimizados com a adoção de duas ferramentas de gerenciamento: a criação da sala de alta agilizou o fluxo dos pacientes, e a criação de uma planilha para definir um score de internação aumentando o giro de leitos. Automaticamente, a planilha executa um algoritmo para sugerir qual paciente vai ter prioridade para ocupação do leito liberado.

A redução de desperdícios, melhor organização dos fluxos e processos, o diagnóstico e resolução de problemas por meio da aplicação de ferramentas e princípios hoje fazem, parte do dia a dia do hospital. Dessa forma, o HC-MG conseguiu garantir não só a melhoria do atendimento e uma maior oferta de leitos como a diminuição do desgaste emocional tanto do paciente como da equipe médica e hospitalar.

“Muitas mudanças ocorreram no pronto socorro, principalmente com o corpo clínico e enfermagem, pois, agora eles estão entendendo o verdadeiro objetivo do Pronto Socorro, que é estabilizar o paciente. Algo muito positivo que notei foi a implementação do Huddle, que facilitou a comunicação multidisciplinar entre as áreas. Agora quando acontece um problema, ele é resolvido com maior rapidez”, relata Marcelo Castro, enfermeiro no HC-UFMG.

 

Por Silvia Pacheco, da Agência Saúde 

Fonte: http://saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45937-hospital-de-mg-reduz-em-61-lotacao-na-emergencia

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